data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos (Diário)
Marlon Machado, 21 anos, que atua como motofretista há três anos, tem a máscara como acessório obrigatório no dia a dia
Há mais de cinco meses, muitos trabalhadores incluídos nos serviços essenciais, têm driblado o receio de contaminação pela Covid-19. Esse é o caso de centenas de motofretistas - o popular motoboy - que enfrentam uma nova e dura realidade.
Entre uma entrega e outra, o cuidado com a higiene e o uso da máscara para evitar a disseminação do vírus virou tarefa obrigatória. O aumento do serviço de tele-entrega - ou delivery - trouxe uma melhora na renda mensal, porém, mais preocupações.
Em Santa Maria, de acordo com a prefeitura, há um total de 182 motofretes e 316 mototaxistas cadastrados. Porém, devido à Covid-19, os serviços de mototáxi, ou seja, aqueles que fazem o transporte de pessoas, estão suspensos temporariamente, ficando os profissionais autorizados a realizar apenas o serviço de tele-entrega.
De acordo com o motoboy Cláudio Ary Diniz Martins Júnior, no início da pandemia, o número de entregadores caiu devido ao medo de contaminação.
- Eu precisei anunciar que estávamos em busca de entregadores. Aos poucos, eles foram voltando. Atualmente, temos uma média de 42 pessoas trabalhando com os devidos cuidados - explica Júnior, que é responsável por um ponto na Avenida Presidente Vargas.
Júnior conta que o número de entregas, nos últimos meses, subiu de 200 para 300 por dia. Segundo ele, os órgãos de saúde do município foram até o local orientando e levando materiais para que os entregadores ficassem protegidos.
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Para evitar os riscos à contaminação, os motofretistas foram aconselhados a não subir aos apartamentos para efetuar as entregas. Porém, de acordo com Júnior, com o tempo os clientes começaram a reclamar e se negar a descer para receber a encomenda. Atualmente, cada condomínio e prédio impõe as próprias regras, de deixar o não o motoboy ir a cada porta.
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RENDA EXTRA
Para o motorista Ricardo Umpierre, 38 anos, a tele-entrega foi uma oportunidade de fazer uma renda extra em meio às consequências econômicas trazidas pelo coronavírus. Ele, que desde março trabalha com entregas, explica que o medo de contrair o vírus faz parte dos desafios do novo momento vivido por todos:
- Eu chego em casa e troco de roupa antes de entrar. Tiro a jaqueta, o sapato, me higienizo, com o receio de levar o vírus para dentro de casa. Nós seguimos trabalhando, mantendo o compromisso de entregar a refeição no horário, mantendo o cuidado com o trânsito e tendo o máximo de higiene possível para que possamos barrar a contaminação do coronavírus - conta Umpierre.
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De acordo com a proprietária do Babette Restaurante e Café, Denise Rocha, as recomendações com os protocolos de segurança são diversos. Ela, que tem dois funcionários que trabalham com as entregas, um de motocicleta e outro de Kombi, explica que há um enorme cuidado com o alimento que chega até as casas:
- A gente orienta que eles mantenham uma distância segura dos clientes, disponibilizamos e orientamos que usem álcool gel, sem falar no uso da máscara.
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INCENTIVO
De acordo com o coordenador de logística do Delivery Much, aplicativo de entrega de comida, Thiago Velasco, desde março, como forma de incentivar o trabalhador do segmento, a empresa está fazendo o repasse de 100% do valor da tele-entrega ao motoboy. Iniciativa que fez com que os trabalhadores pudessem aumentar a renda mensal de casa. Segundo o analista de conteúdo e comunicação do Delivery Much, Ivanir França, a procura por emprego chegou a crescer 300% em março.
- No início do período de isolamento, tivemos um crescimento de 300% no número de cadastros de interesse para entregadores. A partir de abril, houve uma queda na procura, mas ainda permaneceu acima do esperado para o período - explica França.
TRANSPORTE DE PASSAGEIROS:
- Em Santa Maria, o serviço de mototáxi, ou seja, o transporte de pessoas, está suspenso em função dos protocolos de segurança a fim de evitar a disseminação do coronavírus
ORIENTAÇÕES AOS PRESTADORES DE SERVIÇOS DE TELE-ENTREGAS:
- Seguir as medidas de higiene das mãos e, sempre que possível, lavá-las com água e sabonete líquido, carregar consigo álcool em gel 70% e utilizá-lo antes e após entregar do produto
- Não é recomendável a utilização de luvas
- O profissional deverá utilizar máscara
- A parte externa e interna da caixa e/ou baú utilizado para transporte do produto deve ser higienizada, com produto desinfetante
- A máquina de cartão deve ser higienizada com álcool 70% antes e após cada utilização
- Ao realizar a entrega, evitar contato físico com o cliente e permanecer no mínimo a dois metros de distância